FUGIDINHA
EM NATAL
Presos
aproveitam culto evangélico para armar fuga de presídio
Enquanto
uns presos do pavilhão semiaberto do Complexo Penal João Chaves, em Natal (RN),
diziam amém durante um culto evangélico, outros serravam as estruturas de
concreto das entradas de ar do corredor para mais uma tentativa de fuga. Além
da parte que liga o corredor de celas da Ala A, à parte externa do presídio, os
apenados tiveram a mesma ideia com as entradas de ar posicionadas na parede das
celas. Caso a fuga não tivesse sido abortada, 12 homens da cela quatro poderiam
ter retornado às ruas na noite de ontem de forma ilícita. Eles esperam por
julgamento ou cumprem pena na unidade pois não há vagas em presídios de regime
exclusivamente fechado.
Para
camuflar o serviço e não despertar a desconfiança dos agentes penitenciários e
policiais militares de plantão, os detentos criaram uma espécie de pasta com
papel higiênico, creme dental, cola branca e raspas da própria parede do
presídio para ter a mesma coloração das celas. Com a química pronta, eles
reencaixavam os pedaços que iam sendo quebrados, como se montassem um
quebra-cabeças. Os presos aproveitaram a pregação de um pastor evangélico para
concluir o buraco que ligava o corredor à parte externa do pavilhão, no início
da tarde de ontem. Enquanto os cânticos e louvores eram entoados, as serras
artesanais nas mãos dos apenados, trabalhavam com fervor.
"Um
policial militar que estava como sentinela percebeu o barulho das serras e
chamou os agentes penitenciários que logo confirmaram que o buraco estava sendo
feito. Mas daqui eles não fogem. Isso eu garanto", confirmou o diretor do
complexo, Sidcley Barros. Logo após a descoberta do esquema, o diretor determinou
que a abertura fosse fechada com cimento e tijolos.
Numa
revista feita após os presos serem recolhidos para outra ala do presídio, foram
encontradas três facas artesanais no ralo do banheiro da cela quatro, cobertas
por areia. Segundo os agentes, os presos possivelmente usariam as armas para
cometerem crimes logo após ganharem as ruas.
De
janeiro até ontem, os agentes penitenciários do presídio recolheram cerca de 30
aparelhos de telefonia celular, 6 chips, mais de uma dezena de facas e
furadores artesanais, 6 maricas (cachimbos artesanais para consumo de crack), 6
carregadores de celular, 3 martelos artesanais e pelo menos quatro baterias de
celular. Segundo o diretor, as revistas na unidade são constantes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário