NOVO
NOME
Iurd
vai trocar ‘Drive Thru de oração’ por ‘Ponto de fé’
Na entrada
do templo da Igreja Universal do Reino de Deus, na Barra da Tijuca (RJ), uma
faixa de lona anuncia: “O trânsito estressa… Que tal uma oração?”. Cerca de 25
motoristas e 75 pedestres por dia desviam de seus caminhos na Avenida das
Américas e aceitam o convite. Param em frente ao prédio de quase dois mil
metros quadrados. Missionários oferecem conselhos e preces com a rapidez de
quem prepara um Big Mac. É o primeiro templo do Rio com serviço de drive-thru
espiritual.
A novidade, porém,
será rebatizada. As faixas anunciando o “Drive-Thru da Oração” foram retiradas
este mês. De acordo com o pastor Carlos Azevedo, à frente da igreja da Barra,
trata-se de “estratégia evangelística”. Novos banners serão encomendados com a
inscrição “Ponto de fé”.
“Drive-thru
é um nome muito ligado ao comércio. Cansou, deixou de ser novidade, não chama a
atenção. A Igreja Universal faz um trabalho evangelístico diferenciado” explica
o pastor, com linguagem comum aos executivos.
Serviço ‘gratuito’
Ele afirma
que não teme críticas pelo uso religioso do nome de um serviço associado a
redes de fast-food:
“Para
gente, é o mais comum. Estamos acostumados às críticas”.
Seja
chamado de “Drive-Thru da Oração” ou “Ponto de Fé”, a chapa continua quente na
porta do templo. Quatro pastores se revezam no comando de equipes de sete
missionários. É uma espécie de plantão da fé. No cardápio de atendimentos
espirituais, estão desde preces e mensagens bíblicas para consolar senhoras em
crise nos casamentos, a maior parte das queixas, até desobsessões. E frisam que
não apresentam a conta. É gratuito.
Os
missionários — geralmente belos jovens com, no máximo, 20 anos — trabalham das
14h às 20h, de segunda a sábado, em frente ao prédio, atendendo a motoristas e
pedestres que não têm tempo de entrar na igreja ou ainda não quebraram a
barreira do preconceito em um bairro associado ao consumo de luxo. O ponto é
estratégico. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio), cerca de
135 mil veículos passam na Avenida das Américas todos os dias. E o pastor está
consciente da missão. Atrair os fieis encastelados em condomínios.
“São
fechados e de difícil acesso. Assim, a pessoa vive o contato com Deus”.
Anonimato atrai simpatizantes da
igreja
O projeto
da Barra da Tijuca é o segundo no País. Já foi implementado há dois anos em São
Paulo. A ideia foi importada do país do drive-thru: é executada na Igreja
Universal da Califórnia, nos Estados Unidos.
“Fazemos uma média de
cem atendimentos, todos os dias, depois das 14h” comemora o pastor
Carlos Azevedo, responsável pela novidade implementada em agosto.
Em uma
sexta-feira à noite, as calçadas em torno da igreja permaneciam vazias. A
maioria dos fieis presentes à reunião na igreja de 620 lugares chegou ao templo
em vans e ônibus. Trabalhadores que encerravam o expediente no comércio e em
condomínios do bairro.
Já o
atendimento nos carros contempla fieis de várias classes sociais. Segundo o
representante comercial Jorge Tadeu Ribeiro, criado em Ipanema e fiel da
Universal “há muitos anos” , o anonimato ajuda:
“Muita gente que tem vergonha de
ser vista entrando na igreja evangélica estaciona de carro. Se tem Insufilm,
ninguém vê” .
Os
missionários ouvem desde problemas familiares a relatos de depressão.
“São simpatizantes. E
muitas vezes decidem participar das reuniões. Não cobramos nada” frisa o
pastor.
portal creio
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