PRESOS
VIPS
Após
denúncia em presídio, provas contra Iurd são roubadas no MT
Povas
de crime de extorsão contra a Igreja Universal foram “roubadas” e destruídas de
dentro do Centro de Ressocialização de Cuiabá (MT).
O
Ministério Público do Estado do Mato Grosso forçou o cumprimento de mandado de
busca e apreensão praticamente na marra. Mesmo assim pode evitou que as provas
de crime de extorsão contra a Igreja Universal fossem “roubadas” e destruídas
de dentro do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), antiga Cadeia Pública
do Carumbé. A suspeita é de que houve vazamento de informação das buscas que
estavam em segredo de Justiça.
Quem
vazou as informações ainda acionou o advogado da igreja. E fez mais: entregou
os documentos como “carga” antes de comunicar o juiz da chegada da
representação da busca e apreensão feita pelo Ministério Público um dia antes.
O
pior, segundo o promotor de Justiça Célio Wilson de Oliveira, da Vara de
Exceções Penais, é que tudo isso aconteceu em menos de 24 horas. A
representação foi protocolada no Cartório do Fórum Criminal às 13 horas desta
quarta-feira, 11, e antes de chegar às mãos do juiz às 13 horas de
quinta-feira, 12, já havia sido entregue como carga ao advogado da Igreja
Universal.
Ao
ir até o Fórum para saber se o juiz já havia autorizado o mandado de busca e
apreensão, o promotor Célio Wilson conta que foi surpreendido pelo vazamento da
informação do processo que estava correndo em segredo de Justiça.
O
promotor ainda que teve que correr para realizar as buscas antes que as provas
fossem apagadas. “Nem sei se deu tempo, mas esperamos ter salvo pelo menos
alguma coisa dos arquivos e documentos contábeis” - comentou o promotor da Vara
de Execuções Penais.
De
acordo com as investigações, quem não paga o chamado ‘dízimo’ sofre
discriminação dentro da ala evangélica e não faz mais parte do grupo seleto de
presos que rende à igreja, em média, R$ 15 a R$ 30 mil de cota por mês. A
denúncia começou com o interrogatório de um preso a um juiz de Várzea Grande
(Grande Cuiabá). Por não ter dinheiro, o preso, cujo identificação está sendo
mantida em sigilo, conta que foi colocado de lado. Ficava de castigo, longe dos
outros que pagavam em dia e que tinham mordomias na Ala dos Evengélicos.
O
caso chegou até o Ministério Público Estadual (MPE), que nas investigações
representou pela busca e apreensão dos objetos usados pela Igreja Universal no
CRC, inclusive computadores e documentos contábeis que a igreja mantinha dentro
da casa de reclusão. Na operação, sexta-feira, 13, participaram 50 policiais
militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Ronda Tática Ostensiva
Móvel (Rotam), além do MP e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (Gaeco).
Durante o
cumprimento do mandado, os agentes localizaram dinheiro, produtos que eram
comercializados na unidade e documentos. Todo este material apreendido será
analisado na segunda-feira., 16, que definirá a punição dos envolvidos que pode
variar entre lesão corporal, ameaça, extorsão e até formação de quadrilha.
Nas
investigações, o Ministério Público comprovou que os presos que pagam tinham
todos os tipos de mordomias. Eram “intocáveis”, e podiam fazer de tudo, pois
viviam como se estivessem casa, com uso de televisão, filmes, água gelada, boas
comidas, e e outras mordomias que ainda estão sendo investigadas.
A
chamada ala evangélica do CRC já havia sido denunciada outras vezes por abusos
no presídio. Em março, travestis estavam sendo leiloados em troca de cigarros,
drogas e alimentação dentro do presídio, justamente na mesma ala.
O
Ministério Público agora, além das investigações das extorsões, contra a Igreja
Universal, também vai investigar o vazamento de informações que privilegiaram
uma das mais ricas instituições evangélicas do Brasil e do mundo. A Promotoria
quer saber como a Universal conseguiu resgatar o processo antes das buscas.
portal creio
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