DO
DOPS PARA O PÚLPITO
Ex
agente na ditadura vira presbítero na Assembleia de Deus
Cláudio
Guerra foi agente e delegado do Dops (Departamento de Ordem Política e Social)
na época da Ditadura Militar e chegou a ser condenado por dois homicídios. Mas
ao lançar sua biografia, “Memórias da Guerra Suja” escrita pelos jornalistas
Rogério Medeiros e Marcelo Netto ele lembra de outros crimes que cometeu, como
sua participação na execução de desaparecidos de opositores do regime.
Mas o
Cláudio de antes não se parece como o homem que hoje é presbítero na Igreja
Assembleia de Deus Ministério da Serra, em Vitória (ES), segundo o próprio
pastor, Délio Nascimento, 66 anos, que confessa já ter sentido medo do
ex-delegado.
“Eu temia e
tremia de vê-lo passar perto. Era assustador, quando passava com aquela barba
preta”, disse. “A postura, a fama, o que a imprensa falava dele, tudo era
aterrorizante, assustador. Ele quebrava qualquer limite em nome do que tinha de
cumprir. Talvez nem ele tenha noção do que ele era no Estado. Ele era o braço
da polícia violenta, era o terror.”
Depois de
cumprir dez anos de prisão, ele foi condenado a 42 anos, Guerra que hoje cumpre
prisão domiciliar teve problemas de saúde e recebeu cura na igreja e acabou se
convertendo. Nos últimos três anos ele passou a ser respeitado na igreja e
chegou até a se tornar membro do Conselho Fiscal.
“É uma
pessoa de confiança da igreja e que usufrui de credibilidade”, diz o pastor
Délio que atesta que hoje Cláudio Guerra é outro homem. “Em termos de
transformação, de metamorfose, o Cláudio Guerra delegado é um homem morto. Hoje
existe um outro Cláudio Guerra: pacato, humilde, submisso e simples. Sem
dúvida, é um dos casos mais impressionantes que já vi”.
Portal creio
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