ELEIÇÕES NO EGITO
Futuro
de cristãos é incerto. Ex-discípulo de ditador vira esperança
Ahmed
Shafiq, o candidato que promete restituir a ordem no Egito e combater o
radicalismo islâmico, recebeu amplo apoio entre os cristãos coptas, que são
mais de 10% da população. Apesar de ser considerado um representante do antigo
regime ditador com Mubarak, Shafiq é esperança dos cristãos que estão
preocupados com o seu futuro que se decidirá nestas eleições. Egípcia
cristã chora durante um funeral em massa de vítimas dos confrontos sectários
com soldados e policiais de choque em um protesto contra um ataque a uma igreja
no sul do Egito, no Cairo, na catedral de Abassaiya em 10 de outubro de 2011. Os
Cristãos Coptas Ameaçam Sair da Denominação Por Leis de DivórcioSegundo o
Estado, os líderes cristãos estão incertos pois tem sido alvos frequentes de
ataques de grupos radicais islâmicos. Em outubro, uma igreja na Província de
Aswan foi depredada e incendiada por uma multidão de radicais salafistas. "Nossa
comunidade está extremamente preocupada", afirmou Yousef Sidhoum, editor
principal do jornal copta, o Watani, ao Estado. "A liberdade religiosa já
era desrespeitada durante o governo Mubarak. Com partidos radicais islâmicos no
poder, a coisa piorou ainda mais." O rival de
Shafiq, Mohammed Morsi da Irmandade Muçulmana, por outro lado, defende a
revolução democrática no Egito, usando o slogan “O Islã é a solução”. No
passado Morsi já havia convocado um Conselho de estudiosos islâmicos para criar
uma nova legislação que defendia a exclusão das mulheres e dos não-muçulmanos
de cargos políticos. No governo
de Mubarak a constituição previa “tolerância” religiosa, constituição que foi
suspensa após sua queda presidencial em fevereiro de 2011. A partir de então
militantes salafistas, corrente extremista do Islã, passaram a destruir
igrejas, e a perseguir grupos cristãos gerando feridos e mortos. Atualmente
a Irmandade Muçulmana e os muçulmanos da facção salafista controlam mais de 70%
do Legislativo. Quase todo o Parlamento está nas mãos de grupos que querem
impor a sharia (lei islâmica), causando temor na comunidade Cristã. Faltando
apenas um mês para o Egito eleger seu novo presidente, após a votação do
primeiro turno, segundo divulgação da mídia estatal egípcia, Morsi tem uma
ligeira vantagem sobre Shafiq, com 25,3% dos votos contra 24,9% respectivamente. Na briga
pela presidência, acusações entre os dois candidatos estão cada vez maiores.
Morsi acusa Shafiq de que levará a ditadura do antigo governo para sua
administração, já Shafiq diz que enquanto seu programa de governo se tratava do
"futuro", o de Morsi é sobre "o império islâmico". Os
resultados oficiais da primeira eleição livre para a liderança do Egito devem
sair na terça-feira, causando expectativa aos cristãos que temem a vitória de
Mohammed Morsi que poderá desencadear ondas violentas de ataques e repressão ao
Cristianismo.
Portal Creio
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